Boa Ventura registra aparição de onça parda

Um registro recente de aparição na Estação Ecológica de Boa Ventura de São Roque animou os profissionais envolvidos no intenso trabalho de pesquisa e preservação realizado no município. Uma onça parda, conhecida em algumas regiões do país como puma e suçuarana, foi vista dentro da área de preservação. No Paraná, o animal está no quadro de alerta vermelho quanto ao perigo de extinção. No município, as imagens foram capturadas em junho pela equipe de pesquisa, que monitora os animais dentro da estação.
Mas a onça não é a única espécie que habita a localidade de Cachoeirinha, região sede da estação em Boa Ventura. Desde o início das atividades de pesquisa em julho de 2017, o grupo de cinco pesquisadores, sendo dois biólogos e três acadêmicos, já registraram o aparecimento de 22 espécies de mamíferos, algumas delas em status de extinção no Brasil.

De acordo com informações repassadas ao Portal RSN pelo secretário de meio ambiente municipal, Emerson Barbosa, espécies em extinção como a paca, cutia, veado catingueiro, cateto, quati de cauda anelada, tatu galinha, tatu orelha branca, veado mão curta, jaguatirica, cachorro do mato, lontra, bugiu ruivo e irara, são alguns dos animais que habitam a estação ecológica em Boa Ventura.
O expressivo resultado de identificação de espécies que habitam o território da estação ecológica é consequência de um intenso trabalho de pesquisa realizado na região. No município de Boa Ventura de São Roque, a Estação Ecológica de Cachoeirinha possui 119 alqueires de área preservada, doada pelo governo estadual ao município em maio de 2016.

De lá para cá, a criação da estação, por parte do município, tem como objetivo preservar o patrimônio biológico existente incluindo animais, vegetação, rios e solo. Para isso, Boa Ventura assumiu um compromisso com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que prevê ações de prevenção, manutenção e pesquisas ambientais.

Dentro do plano de ações, a cidade criou uma casa sede para concentrar as atividades da estação. Além disso, há um ano, um grupo de pesquisas iniciou estudos na região e atua na busca de vestígios deixados pelos animais, como pegadas, fezes e tocas. Armadilhas fotográficas trabalham 24 horas por dia registrando os habitantes da área, de modo seguro. É esse trabalho que permite o monitoramento da presença de animais e proteção à fauna local.

Além desses investimentos, duas etapas de instalação de cercas também foram realizadas na região dos limites da estação, totalizando valores de mais de R$ 100 mil. Foram instaladas, também, 40 placas informativas da estação desde a PRT-466 até as divisas com propriedades particulares da estação. De acordo com o secretário Emerson, a ação atende a meta que está no termo de compromisso firmado entre o IAP e o município.

Na região central paranaense, além de Boa Ventura de São Roque, outros três municípios também contam como estações ecológicas. Mato rico, com três áreas, Nova Tebas, com duas delas, e Palmital, com uma estação.

REFLEXOS POSITIVOS

Via de mão dupla, o trabalho realizado dentro da estação ecológica é refletido em investimentos financeiros na cidade e também, na preservação da flora e da fauna local.

Por meio do termo de compromisso firmado entre o município e o IAP, a Estação beneficia o município por meio do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) Ecológico, um recurso financeiro importante para os cofres públicos que, segundo o secretário de meio ambiente, é utilizado na saúde, na educação, na conservação de estradas rurais, na manutenção do aterro sanitário municipal e na manutenção da Estação Ecológica.

Somente em 2017, o município arrecadou o valor de R$ 1,3 milhão. Já neste ano, os valores aproximam-se dos R$ 1,6 milhão.

No que se refere a avanços na área ambiental, a estação acumula também a diminuição de registros de caças. Ainda de acordo com Emerson, animais domésticos como gado, porcos e cães são responsáveis pelo incômodo dos habitantes da área. Uma parceria com a Polícia Ambiental, sob o comando do Sargento Shulte, tem diminuído os registros.

“Realizamos um trabalho educativo com palestras e ações na comunidade, frisando o trabalho de prevenção para diminuir as ocorrências de caça. Investimos mais de R$ 6 mil nessa proposta e em três meses, as ocorrências caíram pela metade. É uma notícia que nos alegra e que deve avançar ainda mais com o apoio da Polícia Ambiental, monitorando e fiscalizando nossa Estação”, declarou Emerson.

Por Nádia Moccelin ao site do Rede Sul de Notícias

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